Antonio Dias
1944 – 2018
É um dos representantes da geração de artistas brasileiros que, na década de 1960, rompe com a pintura modernista figurativa e nacionalista para produzir uma nova estética inspirada na cultura de massa. Levando os conceitos de experimentação e liberdade ao limite, a obra de Antonio Dias desafia as categorias artísticas tradicionais ao explorar técnicas, materiais e conceitos que resultam em uma produção dinâmica e diversificada.
Depois de participar da 4ª Bienal de Paris, em 1965, Antonio Dias recebe uma bolsa de estudos do governo francês e inicia um período de autoexílio em diversos países da Europa, o que coincide com uma transformação em suas obras. Diferentemente da produção anterior, marcada pela estética da pop art e pelo engajamento político, suas obras passam a ter um caráter minimalista, incorporando poucas imagens e algumas palavras.
Em sua constante experimentação artística, Dias passa a investigar novas formas de produzir suas obras. Em 1977, viaja ao Nepal e pesquisa técnicas de produção de papel, que resulta em uma série de trabalhos de grande formato e na publicação do álbum Trama (1977). O álbum é composto de 11 xilogravuras impressas em papel nepalês, produzido por artesãos locais. Em 1980, participa da 39ª Bienal de Veneza e, em 1981, da 16ª Bienal de São Paulo, que marca o fim do boicote à Bienal e a abertura política no Brasil.
Em 1992, torna-se professor da International Summer Academy of Fine Arts, em Salzburgo, Áustria. No ano seguinte, leciona na State Academy of Fine Arts, em Karlsruhe, Alemanha, e, em 1997, no programa de pós-graduação dos Ateliers Arnhem, na Holanda.
Antonio Dias, com sua constante inquietação artística, produz um acervo plural, que não só conta a história da arte de um Brasil recém-modernizado, como também faz parte de sua construção. Ao questionar tradições e promover rupturas, revela novas formas de pensar a arte e se eterniza como um dos grandes pintores brasileiros do século XX.
Fonte: Itaú Cultural