Claudio Tozzi

1944

Claudio Tozzi inicia a carreira como artista gráfico. Vence o concurso de cartazes para o 11º Salão Paulista de Arte Moderna, ocorrido em 1962. Em 1963, começa o curso de arquitetura, concluído em 1968, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Na época, pinta muito. Em seus trabalhos são encontrados símbolos da sociedade de consumo, que aparecem como imagens ou objetos. Utiliza sinais de trânsito, bandeiras, letreiros, peças publicitárias e histórias em quadrinhos, retira-os de seu contexto e atribui-lhes novos sentidos.

A partir de 1967, apropria-se de trechos de histórias em quadrinhos e lhes dá sentido crítico, sob a influência do artista norte-americano Roy Lichtenstein (1923-1997). Ao mesmo tempo, faz trabalhos explicitamente engajados, como Guevara Vivo ou Morto (1967) e A Prisão (1968). Alguns deles são mostrados em exposições importantes, como a 9a Bienal Internacional de São Paulo, em 1967, e coletivas em Londres e Buenos Aires. Em 1969, passa da crítica social para a pesquisa de formas, sobretudo da disposição gráfica e impessoal das figuras. Dessa reflexão, nascem as séries Astronautas, Presilhas e Parafusos. O curador Fábio Magalhães afirma que “as diversas abordagens do parafuso correspondem a um processo de reflexão sobre as possibilidades gráficas e metafóricas de um mesmo tema”. Em 1972, Tozzi realiza o painel Zebra, na praça da República, em São Paulo. Dois anos mais tarde, cria telas com materiais orgânicos, pigmentos e objetos distribuídos regularmente em caixas de acrílico. Algumas das obras são exibidas na mostra Cor/Pigmento/Luz, na Galeria Bonfiglioli, em São Paulo, em 1975. No ano seguinte, participa da Bienal de Veneza.

Ainda na década de 1970, cria trabalhos mais conceituais, em que alia a pintura ao uso de palavras, e realiza paisagens em que a aplicação reticulada de tinta cria zonas de cor regulares. Em 1979, realiza o mural da estação Sé do metrô, em São Paulo. O trabalho dá origem à série de pinturas Colcha de Retalhos, feitas com padrões diferentes de cor. Na década de 1980, o procedimento gráfico de pintar é utilizado na realização de abstrações geométricas. Em 1989, é publicada uma monografia sobre seu trabalho, com texto de Fábio Magalhães. Dois anos depois, expõe na 21ª Bienal Internacional dehvt São Paulo. Em 1993, apresenta individual no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).

Fonte: Itaú Cultural

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