Eliseu Visconti
1866 – 1944
Visconti chega ao Brasil por volta de 1873 com sua irmã e instala-se inicialmente na fazenda do barão de Guararema. Em 1882, muda-se para o Rio de Janeiro e estuda no Liceu de Artes e Ofícios, onde é aluno dos pintores Victor Meirelles (1832-1903) e Estêvão Silva (ca.1844-1891).
Vai à Paris e ingressa na École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts. Estuda arte decorativa na École Guérin, com o artista gráfico suíço Eugène Samuel Grasset (ca.1841-1917), um dos introdutores do movimento art nouveau na França.
Executa o ex-libris para a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e vence o concurso para selos postais e cartas-bilhetes, em 1904. No ano seguinte, realiza o retrato da escultora Nicolina Vaz de Assis (1874-1941), um de seus trabalhos mais representativos no gênero, em que ressalta a elegância e a dignidade da figura.
Ainda em 1905, é convidado pelo prefeito do Rio de Janeiro para executar a decoração do Theatro Municipal. Revela grande influência do impressionismo e passa a utilizar cores mais claras e luminosas. O pano de boca do teatro é uma de suas obras mais alegóricas, de caráter levemente simbolista.
Realiza muitos autorretratos. Mais sóbrios no começo do século, são trabalhados com cores claras e vibrantes e pinceladas largas nas décadas de 1930 e 1940. Em vários deles, representa-se como pintor, segurando a paleta ou os pincéis.
Pinta paisagens da cidade de Teresópolis, Rio de Janeiro, nas quais procura captar o vapor atmosférico da serra, com grande preocupação com a cor e a luz. Visconti apresenta a manifestação da luminosidade brasileira, sem deixar de vincular-se à técnica impressionista.
Artista eclético, Eliseu Visconti dedica-se com liberdade à sua produção, dialogando com tendências contemporâneas como o art nouveau e o impressionismo, buscando a renovação da arte no país.
Fonte: Itaú Cultural