Frans Post
1612 – 1680
Pouco se conhece da obra do paisagista holandês Frans Post antes de sua chegada a Pernambuco, em 1637, como membro da comitiva de artistas e cientistas trazida pelo conde Maurício de Nassau para documentar o Novo Mundo durante seu governo no Brasil. Post volta-se cedo para um dos gêneros de pintura mais importantes da Holanda na época, a pintura de paisagem.
Ao aportar na costa brasileira como pintor oficial responsável por retratar em desenhos e telas a paisagem, os feitos militares, a arquitetura do Brasil holandês, Post era somente uma jovem promessa de talento. Indicado por seu irmão a Nassau, é no contato com a realidade brasileira que desenvolve uma obra original. Mesmo após sua volta à Europa não deixa de pintar vistas tropicais, especializando-se em temas brasileiros.
De volta à Europa, seus desenhos servem como base para as pranchas publicadas no volume Rerum per Octennium in Brasilia de Gaspar Barléu (1584 – 1648). Desliga-se do conde Maurício de Nassau, mas continua pintando paisagens tropicais, para as quais encontra mercado. Essa produção realizada distante do motivo, com base em estudos realizados na América, toma caminhos diversos. Até cerca de 1659 o artista segue em suas construções de paisagens topográficas de precisão documental.
De 1660 a 1669, fase de maturidade de Post, nota-se um crescente domínio da técnica e dos temas brasileiros, no entanto isso se dá em detrimento da espontaneidade. Não há mais a preocupação documental. O artista passa a compor com base no rearranjo de elementos vegetais, animais, topográficos e arquitetônicos, demonstrando um perfeito manuseio de seu vocabulário pictórico. Trata-se de paisagens ideais, muitas vezes ricas de detalhes pitorescos. Nesse período encontra-se em plena potência de sua qualidade de miniaturista. A fatura torna-se mais empastada e o fundo é estruturado em tons verdes e azuis (na tradição da pintura flamenga).
Fonte: Itaú Cultural