Heitor dos Prazeres

1898 – 1966

Importante nome da cultura popular brasileira, como músico, participa da fundação de grandes escolas de samba cariocas, como Portela e Mangueira. Descendente de negros baianos que migram para o Rio de Janeiro, retrata na pintura as rodas de samba, as favelas, os rituais de candomblé, os bailes e as festas populares, a partir de cenas do cotidiano da população negra no subúrbio da cidade.

Passa a se dedicar também à pintura, por volta de 1937. Autodidata, sem formação acadêmica em artes visuais, é considerado um dos representante da arte naïf no Brasil. Memórias de seu passado e cenas do cotidiano da população periférica da cidade do Rio de Janeiro são os temas principais de sua produção. A música também está presente na pintura de Heitor dos Prazeres e é o mote de diversas de suas telas, com cenas de bailes de carnaval e rodas de samba.

Alcança o terceiro lugar para artistas nacionais na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951,  com o quadro Moenda, e ganha uma sala especial na 2ª Bienal Internacional de São Paulo (1953). Cria ainda cenários e figurinos para o Balé do IV Centenário da Cidade de São Paulo, no ano de 1954. O diretor de cinema Antônio Carlos Fontoura (1939) produz em 1965 um documentário sobre a obra de Heitor dos Prazeres. Em 1999, é realizada mostra retrospectiva no Espaço BNDES e no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), ambos no Rio de Janeiro, em comemoração ao centenário de seu nascimento.

Vivendo em uma época de grandes definições para a sociedade e a cultura brasileira, Heitor dos Prazeres atua nessas transformações, ora participando ativamente na formação do samba, ora registrando em suas telas a população periférica, seu cotidiano e costumes, e consagra-se como artista popular brasileiro tanto na pintura como na música.

Fonte: Itaú Cultural

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