Luiz Sacilotto

1924 – 2003

Estuda pintura na Escola Profissional Masculina do Brás, entre 1938 e 1943, e desenho na Associação Brasileira de Belas Artes, de 1944 a 1947. Seus primeiros trabalhos demonstram recusa dos padrões acadêmicos e proximidade da estética do Grupo Santa Helena.

Em 1950, abandona definitivamente a figuração e executa a Pintura I, que apresenta traços formais próximos aos da obra do pintor francês Piet Mondrian (1872-1944). Em 1952, funda o Grupo Ruptura, ao lado de Geraldo de Barros (1923-1998), Féjer (1923-1989), Leopoldo Haar (1910-1954) e Anatol Wladyslaw (1913-2004).

A partir de 1954, começa a dar às pinturas, aos relevos e às esculturas o título de Concreção e as nomeia com o ano e a sequência de execução. Em Concreção 5521 (1955), apresenta quadrados justapostos, em branco, cinza e preto, cortados por linhas paralelas, brancas e pretas. O ritmo da obra é dado pelos intervalos regulares formados pela alternância das cores e linhas, com base em regras de simetria e na inversão positivo-negativo. 

O artista divide regularmente as figuras para multiplicá-las, sem perder a referência inicial, e cria um jogo ambíguo com as formas, trabalhando com questões que serão desenvolvidas mais tarde pela op art. As várias séries, produzidas a partir da década de 1970, geram efeitos de expansão e retração, rotações e dobras virtuais, obtendo grande dinamismo com base em formas elementares. 

Nas composições, as cores destacam ou suavizam a geometria. O artista, com especial cuidado, coleciona pigmentos, classifica e numera gradações, perfazendo mais de trezentos tons, que incluem desde os das terras de Siena e Kassel até os azuis e verdes de jazidas de Minas Gerais.

Começando com referências expressionistas e passando pelo abstracionismo, Luiz Sacilotto é considerado um importante nome da arte concreta no Brasil. O pioneirismo do artista é expresso em suas pinturas com fenômenos ópticos e em suas esculturas tridimensionais.

Fonte: Itaú Cultural

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