Roberto Burle Marx
1909 – 1994
Durante a infância, vive no Rio de Janeiro. Em 1928, muda-se com a família para Berlim, na Alemanha, e entra em contato com as obras de artistas consagrados. De volta ao Rio de Janeiro, estuda entre 1930 e 1934 pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1932, desenvolve ao lado de Gregori Warchavchik (1896-1972) seu primeiro projeto de jardim, a convite de Lucio Costa (1902-1998), arquiteto que projeta a residência da família Schwartz, no Rio de Janeiro.
Entre 1934 e 1937, ocupa o cargo de diretor de parques e jardins do Recife, Pernambuco, onde passa a residir. Nesse período, vai com frequência ao Rio de Janeiro e tem aulas com Candido Portinari (1903-1962) e Mário de Andrade (1893-1945) no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal. Em 1937, retorna ao Rio de Janeiro e trabalha como assistente de Portinari.
A partir da década de 1950, sua pintura atinge uma linguagem particular: a tendência para a abstração se consolida e a paleta passa a incluir nuances de azul, verde e amarelo mais vivos. O trabalho com a cor está associado ao desenho, que se sobrepõe e estrutura a composição. Nos anos 1980, passa a realizar composições geométricas em acrílico: com contornos desenhados com a cor, as telas têm aspecto fluído e flexível, ganhando leveza.
Na década de 1970, Burle Marx tem marcante atuação como ecologista, defendendo a necessidade da formação de uma consciência crítica em relação à destruição do meio ambiente. O sítio é doado ao governo federal em 1985, passando a chamar-se Sítio Roberto Burle Marx, e se constitui como valioso patrimônio paisagístico, arquitetônico e botânico.
Inspirando-se constantemente em formas da natureza, o trabalho de Burle Marx reflete a indissociável experiência de paisagista e botânico, especialmente em seus jardins, pioneiros na maneira como reúnem arquitetura e espécies vegetais brasileiras.
Fonte: Itaú Cultural