Tarsila do Amaral
1886 – 1973
Passa a infância nas fazendas da família no interior de São Paulo e em 1902 vai à Espanha para completar os estudos no colégio Sacré Couer de Barcelona, onde se inicia nas artes. Em 1913, volta a São Paulo. Em 1917, estuda desenho e pintura com o pintor Pedro Alexandrino (1856-1942), e conhece a pintora Anita Malfatti (1889-1964).
Em 1920, Tarsila vai a Paris para entrar em contato com a produção europeia e se aperfeiçoar. Em junho de 1922, depois da Semana de Arte Moderna, volta ao Brasil para “descobrir o modernismo” no país. Conhece os escritores Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954) e Menotti del Picchia (1892-1988), e com eles e Anita Malfatti funda o Grupo dos Cinco.
Faz uma pintura de inspiração cubista, porém, interessa-se cada vez mais pela figuração tipicamente brasileira, como se observa em A Negra (1923) e A Caipirinha (1923). Ambos representam um ponto importante da obra de Tarsila: o caráter popular, que se apresenta tanto nas figuras e paisagens que protagonizam os quadros da artista (negros, índios, fazenda, favela, plantas e animais) quanto na paleta de cores explorada por ela, consideradas cores “feias” ou de mau gosto (“azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante”, como chama a própria Tarsila)3.
A partir de 1933, seu trabalho passa a ter uma aparência mais realista. Influenciada pela mobilização socialista, pinta, no mesmo ano, quadros como Operários e 2ª Classe, que apresentam uma preocupação com as mazelas sociais.
A partir de 1936, seus quadros ganham um modelado geométrico. As cores perdem a homogeneidade e tornam-se mais porosas e misturadas.
Em 1950, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) faz a primeira retrospectiva de seu trabalho. A exposição dá mais prestígio à artista, e as pinturas da fase neo pau-brasil são mostradas pela primeira vez.
Tarsila do Amaral figura como um grande nome da pintura no cenário internacional, representando uma arte genuinamente brasileira ao contemplar elementos, temáticas e narrativas populares que constituem a identidade nacional forjada inicialmente pelo movimento modernista.
Fonte: Itaú Cultural